quinta-feira, 21 de abril de 2011

* ERIKA VOGUE: REALIZA O CONCURSO TOP DRAG 2011 NO VARANDÃO

E está sendo realizando o concurso Top Drag Varandão 2011.
O concurso é comandado e apresentado pela linda amiga e Miss Carioca 2010 Erika Vogue.
As semifinais são realizadas todas as segundas feiras, no Bar Varandão que fica em Bonsucesso gerênciado pelos amáveis Xuxa e Nilton.
A coluna esteve nessa segunda dia 18 conferindo uma das semifinais e gostou do que viu...A final do concurso acontecerá dia 07/05/2011 apartir das 22:00 horas, presença do ator e editor do Fio da Navalha Júnior Cazetta no juri.

* TROFÉU DIVAS SIGNUS

As Divas da noite
E na noite segunda feira dia 18 a Boite Signus, realizou a entrega do Troféu intilulado DIVAS SIGNUS.
A noite contou com um casting de peso da noite gay carioca para receber esse prêmio, que sinceramente não entendi muito o sentido desse troféu entregue pela boite.
A casa só contou com público que realmente que ia receber o troféu, e meia duzia de amigos e convidados, a coluna esteve lá e pode rever amigas e amigos.
A apresentação foi da estonteante comunicadora MEIME DOS BRILHOS, que faz até enterro de cachorro ser um evento divertido.
Ainda é pena ver que muitos "laureados" não estavam presente...porque será ???
Mas valeu pela contagiante presença de todos amigos que afinal fizeram uma noite de intimismo...
Meime dos Brilhos:
A melhor comunicadora , apresentou  as laureadas da noite
Tamara Taylor e Meime dos Brilhos
Desirée e Meime dos Brilhos
Meime dos Brilhos e Kayka Sabatella
Meime dos Brilhos e Wanda Camburão

Meime dos Brilhos e Erika Vogue

Meime dos Brilhos Vick Daimond
Meime dos Brilhos e Suellen Pinheiro

* NOITE CARIOCA: O ABRE E FECHA DE BOITES

A noite gay carioca, vem passando por algumas mudanças, mas isso não significa que seja para melhor.
Neste mês de Abril, as portas de  mais uma boite se fecharam...E o mais engraçado nessa história (se é que se pode achar graça disso), o mesmo proprietário já havia fechado uma outra casa com outro nome...assim não dá né. Aí é melhor procurar um outro pai de santo, pra ver se resolve seu problema.
Brincadeiras á parte , também há uma outra casa em Cascadura, suburbio carioca  que anda mal das pernas.
Depois da saída de um de uma pessoa dessa casa, as noites lá estão á mesmice, e pior de casa vazia...Será mais uma sair da noite ??? E na Lapa inaugurou mais uma boite GLS na rua Mém de Sá, muitas em uma região nenhuma em outra...vai enteder...

* PÁSCOA GAY: EMPRESA LANÇA LINHA DE CHOCOLATES DESTINADA AO PÚBLICO GAY

A chocolateria brasileira Sweet Brazil aproveita a Páscoa para lançar uma linha de chocolates destinada ao público gay. A empresa notou o potencial de costume do público e criou a linha, que possui quatro opções diferentes e foi batizada de Arco-Íris, um dos símbolos do orgulho gay. Cada produto custa R$ 52 e todos são assinados pela chocolateira Paula de Lima Azevedo.

A Sweet Brazil é uma empresa especializada em chocolates fundada em 1986 por Paula Azevedo. A chocolateria lança anualmente várias linhas de chocolates de luxo, inclusive corporativos, e busca diferencial em design e criatividade ao criar cada seus produtos.


* RIO DE JANEIRO SEM HOMOFÓBIA: GOVERNDOR SÉRGIO CABRAL ANUNCIA O LANÇAMANETO DO PROJETO PARA 16 DE MAIO

O  Governador  do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, em reunião no Palácio das Laranjeiras conjuntamente com o Secretário de Assistência Social e Direitos Humanos – Rodrigo Neves; o Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos – Cláudio Nascimento; o Subsecretário de Comunicação da Casa Civil – Ricardo Cota e que contou também com as presenças do Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro – Eduardo Paes; deu uma importante demonstração de compromisso e respeito à comunidade LGBT: a aprovação da campanha publicitária do Programa Rio Sem Homofobia e a aprovação do decreto que adota o nome social de travestis e transexuais na administração pública estadual para usuários(as) e funcionários(as).

No dia 16 de maio de 2011 haverá uma solenidade do Palácio Guanabara para o lançamento oficial da campanha publicitária do Programa Rio Sem Homofobia, onde serão apresentadas as peças publicitárias e o plano de mídia que abraçará todo o estado fluminense. Também nessa data o Governador assinará o decreto que adota o nome social de travestis e transexuais na administração pública estadual.
Claudio Nascimento comenta a importância desse ato: “Esse é um momento histórico para a comunidade LGBT. Com certeza estamos diante de uma ação sem precedentes na história do Brasil – uma campanha contra a homofobia desta magnitude, envolvendo diversas mídias, num momento em que o debate contra o preconceito e a intolerância, é mais do que oportuna. Como militante gay e agora gestor público, me sinto orgulhoso por participar dessa iniciativa que servirá e muito para mobilizar corações e mentes para o respeito às diferenças.”





* DOTADÃO: MARLON TEIXEIRA ESTRELA NOVA CAMPANHA DA DIESEL

O gatíssimo Marlon Teixeira foi o escolhido pela Diesel para estampar a campanha da sua nova fragrância, a Fuel For Life. As imagens foram feitas pelo bombado fotógrafo americano Terry Richardson. No anúncio da marca italiana, pra lá de sugestivo, Marlon aparece com o frasco do perfume dentro da sua calça aberta, no meio das suas pernas.

O modelo catarinense foi descoberto em 2008 por um olheiro da agência Way, em Balneário Camboriú, onde nasceu. A partir daí, não parou mais e fez campanhas para a Osklen, Custo Barcelona, Armani e Dior.
A gente só ficou na dúvida se o tamanho do frasco faz alguma alusão ao tamanho dos dotes do rapaz.

* INTOLERÂNCIA SEXUAL: FILHO DE PREFEITO CONFESSA AGRESSÃO Á HOMOSSEXUAL EM MS

André Baird, 20 anos , se entregou nesta terça-feira (19) à polícia de Campo Grande (MSl) e confessou que ele, um primo e mais dois amigos agrediram um gay na saída de uma boate na última sexta-feira (15). O estudante de direito negou homofobia, disse que estavam bêbados e à procura de alguém para agredir.

André Baird é filho do prefeito de Costa Rica (MS), Jesus Queiroz Baird, mora há dois anos em Campo Grande. O pai de André declarou ao jornal "Folha de São Paulo" que ficou "arrasado" quando teve conhecimento do fato e obrigou o seu filho a se entregar. Jesus Queiroz ainda disse que, "homofobia ou não", o seu filho terá de pagar da mesma forma.
Os jovens disseram em depoimento que ficaram bebendo desde as 20h de quinta-feira (14) e que, depois de saírem de uma boate, estavam passando de carro pela região da boate gay quando viram L., 21, e o amigo de 18, que conseguiu escapar. L. escorregou e foi pego pelos agressores que deram socos, chutes no rosto e no tórax. Segundo a vítima, os agressores o xingavam de "veado".
Wagner Leão do Carmos, advogado dos jovens agressores, defende a tese de que os seus clientes não sabiam da orientação sexual de L. "A boate gay fica a três quadras do local da briga, não tinha como eles saberem que alguém era homossexual", declarou o advogado.
Apesar do argumento do advogado, a polícia declarou que trabalha com a hipótese de homofobia, mas, como ela não é crime, os rapazes serão indiciados por lesão corporal dolosa e injúria. Os agressores podem pegar de um ano a seis meses de prisão.


André Baird:
Confessou o crime

* PESCADOR CASADO VIVE ROMANCE GAY: NO DRAMA PERUANO CONTRACORRENTE

O peruano "Contracorrente" marca uma bem-sucedida estreia em longas do peruano Javier Fuentes-Léon, que também assina o roteiro. A história pode ser definida como o dia em que "Dona Flor e Seus Dois Maridos" encontra "O Segredo de Brokeback Mountain" - com ênfase na melancolia do segundo, ao invés da comédia do primeiro.

"Contracorrente" se passa num pequeno vilarejo no Peru, que parece perdido no tempo e no espaço. Não fossem algumas bugigangas tecnológicas, podia-se pensar que a história se passa há algumas décadas. Ao menos, a mentalidade local parece parada no passado remoto.
Quando o filme começa, o pescador Miguel (Cristian Mercado, de "Che - Guerrilha") tem um romance com o fotógrafo e pintor Santiago (Manolo Cardona, de "A Mulher do Meu Irmão"). Não seria nada demais, não fosse o primeiro casado com Mariela (Tatiana Astengo, de "Pantaleão e as Visitadoras"), que está grávida. A relação entre os dois sempre acontece ao longe, em praias isoladas, onde sozinhos podem viver o seu amor.
O pescador Miguel é um personagem com um conflito muito grande: apaixonado por Santiago e também por sua mulher, ele fica dividido entre o dever e seu coração. Na vila onde moram, o fotógrafo é visto com hostilidade, ninguém fala com ele e crianças atiram ovos em suas janelas.
Mas seu amor por Miguel é tão grande que, mesmo morto, ele continua aparecendo para o pescador - tal qual Vadinho para dona Flor. Porém, aqui não é como o romance de Jorge Amado, ou o filme de Bruno Barreto - não há espaço para risos no inusitado da situação. Santiago conta para Miguel que não consegue abandoná-lo, e o seu amante também não quer isso. É a situação ideal para Miguel: com o outro morto, pode viver seu romance e manter o casamento.

O diretor Fuentes-Léon dribla com criatividade as limitações orçamentárias. O cotidiano do vilarejo incorpora os temas que o diretor pretende discutir com seu filme - como o amor entre dois homens, a descoberta e aceitação da identidade de cada um. As pessoas com quem Miguel se relaciona no seu dia-a-dia (sua mulher, outros pescadores, seu filho) impulsionam a narrativa.
Mas o que traz força para essa história são seus personagens muito humanos e repletos de nuance. Desde o pescador que nem sempre sabe lidar com sua bissexualidade, até o fotógrafo bem resolvido, passando pela mulher de Miguel, que fica dividida entre o amor pelo marido e o preconceito enraizado em sua educação. Nessa educação, aliás, é estranho que homem veja novela - eles têm de gostar de futebol - por isso, Mariela dá um sorriso sem graça quando diz para as amigas que Miguel vê a reprise da brasileira "Direito de Amar" e gosta muito de Lauro Corona. Ganhador de diversos prêmios, entre eles o de público do Festival de Sundance do ano passado, "Contracorrente" é, com sua delicadeza, um filme poderoso. Ao falar do amor, faz um retrato da hipocrisia. Vale a pena conferir !!!!




quinta-feira, 7 de abril de 2011

* LOLA BATALHÃO: MAIS UM ANO DE VITÓRIAS E CONQUISTAS DA RAINHA

E quem completou mais um ano, de vida e de carreira foi a Rainha da Noite Carioca Lola Batalhão.
Sem rasgar seda, a noite gay carioca nada seria sem essa nossa Rainha.
A coluna rende-se aos 56 anos de idade (Arthur) e 39 anos de carreira...tem de se bater cabeça pra ela.
Sempre inovando com seus shows e com nomes de seus lolitos, fazendo descobertas dos mais belos rapazes...Parabéns Rainha !!!

* O DESLUMBRANTE E MISTERIOSO: GUI


Gui. Apenas isso.
Não sabemos nada sobre ele. Sabemos apenas que ele é brasileiro e posou para um dos ensaios internos da revista gay australiana "DNA".

O ensaio foi batizado de "Sunkissed" (beijado pelo sol).
Gui exibe toda a sua deliciosa testosterona a bordo de sungas provocantes e adornado por belas tatuagens.
Mas é só. Não há nenhuma pista do moço na internet.
Não dá para encontrar nada sobre esse vulcão misterioso.
Por isso, vamos ficando por aqui.



* MÁRCIA PANTERA (Sp): FAZ FORTES REVELAÇÕES DE SUA CARREIRA COMO DRG QUEEN

Márcia Pantera:
22 anos de carreira
O fenômeno drag queen explodiu nos anos 90. Um ano antes, em 1989, uma representante da categoria já dava os primeiros passos no palco da Nostro Mondo e adiantava o que seria uma febre no universo LGBT.
Márcia Pantera, negra, alta e de corpo atlético, desenhado pelas partidas de vôlei.

Inspirada na moda, performances e dublagens, a drag-felina, hoje com 41 anos, tornou-se musa de Alexandre Herchcovitch e alcançou a passarela ao lado de ícones da moda como Claudia Liz, protagonizando números memoráveis. E mais, garante ter sido a primeira drag queen a bater cabelo no Brasil.
Neste ano, Marcia comemora mais um ano de carreira, data bastante significativa em um mercado pra lá de rotatório e descartável. Em entrevista, revela detalhes de sua carreira e vida pessoal, bem como rivalidade entre artistas, vida amorosa, acidentes de trabalho, drags novatas, problemas com drogas e superação. "Hoje estou muito mais madura, feliz, nas nuvens."



Masculino e atleta na vida pessoal, quando pensou pela primeira vez em se montar?
Foi quando entrei na Nostro Mondo e vi uma apresentação da Marcinha, uma travesti da Corintho (casa noturna da empresária Elisa Mascaro, conhecida pelos espetáculos bem elaborados). Linda, baixinha, cabelão comprido até a cintura. Assisti ao espetáculo e me vi nela. Disse: "quero fazer isso!"

Em 1989, não existiam referências de drags e a Marcinha já era travesti. Em algum momento pensou em ser trans?
Você tem que ter uma estrutura muito boa para ser travesti. Eu não tenho essa estrutura. Prefiro me montar, viver nessa transformação. Aliás, amo a transformação do Marcio para a Márcia. É o que amo fazer.

E a primeira vez que se montou profissionalmente?
Também na Nostro, em um concurso de novos talentos. Arrumei tudo e fiz um samba da Simone. Um sambão! Já tinha a Marcinha, que era uma negona, e apareceu eu. Na época, era mais malhada, jogava vôlei, tinha um corpão, e a reação foi maravilhosa. Foi uma delícia sentir a reação das pessoas, aqueles aplausos me pegaram. Falei: gosto disso.

A rivalidade entre drags é muito grande?
Muitas vezes a rivalidade não existe entre os artistas, é o povo que faz. É um que chega e fala "tal pessoa falou isso de você", outra que chega e fala outra coisa. Mas é verdade que existe muita falsidade, uma querendo ser melhor que a outra, falando mal de outra no camarim. Mas acima de qualquer coisa é preciso ter talento. Não adianta você se cobrir de strass, se cobrir de brilho, investir em uma produção, falar mal da outra, se você não sabe segurar tudo isso no palco. É ter talento, carisma e simplicidade.

Em um mercado tão rotativo, qual é o segredo para se manter?
É amar o que se faz. Não faço uma apresentação apenas para mim, para as minhas amigas do camarim, nem para o dono da casa, faço para o público que está na casa. É pensar com carinho no público.

No começo, você usava as roupas do Alexandre Herchcovitch...
Ainda uso, ele é meu irmão.

Como surgiu essa amizade?
No começo as pessoas achavam que a gente era namorado, caso. Mas somos amigos, irmãos, nunca tivemos nada. A gente se conheceu na porta da Nostro Mondo e ele disse que fui meio antipática (risos). Acho que estava correndo com alguma coisa e ele tentou falar comigo. Na minha vida apareceram mil pessoas querendo me vestir, mas ninguém foi como ele. Chegou e falou: "quero fazer uma roupa para você", marcou comigo, fui na casa dele e ele fez mesmo. Tenho um guarda-roupa histórico.

Da onde surgiu o Pantera?
Surgiu da época em que trabalhei com moda. Estava com a Claudia Liz, e conheci o irmão da Monique Evans, o Marcos Pantera, que era um modelo internacional. Era apaixonada por ele, fui ao camarim e disse: "Ai, eu adoro você, acho você lindo, sou fã" e perguntei se poderia pegar o Pantera do sobrenome dele. E ele falou: "fique à vontade."

Toda performática, você já teve alguns acidentes durante as apresentações. Teve algum que tenha marcado?
O acidente mais grave foi o da Blue Space. Foi em um domingo que implorei para o Victor (dono da casa) fazer o show, pois o público estava uma delícia. O equipamento começou a girar, pegou meus dedos, enrolou nos meus braços, fiquei lá em cima, gritando. É claro que poderia ter ganhado muito dinheiro, mas assim que o Vitor veio falar comigo, já disse: "não vou processar". Quando tive problemas com drogas, foi ele que me pagou clínica, tudo. O mais importante é que estou com saúde, estou bem, sem sequelas, com meu público e pessoas que me amam. O acidente foi um acidente, deixa pra lá.

Você disse que começou fazendo samba. Atualmente procura reciclar o repertório ou procura trazer um pouco das músicas antigas para os dias atuais?
Até posso trazer música antiga, pois muita gente não conhece. Mas noto que o público deu uma mudada, quer uma música mais louca e tal, e eu entrei nessa. Eu tô ali e estou junto para o que eles quiserem.

Quando você começou, não existia essa coisa de bate-cabelo...
Fui eu quem começou com o bate-cabelo, não existia. Sabe aquele giro do Michael Jackson? Estava com um cabelão longo e não estava de salto, e fiz um giro mais rápido e o cabelo abriu. Daí comecei a bater o cabelo, as bichas começaram a gritar, e foi uma loucura. Mas nem catei que aquilo fosse ser uma confusão. Hoje existe rainha do bate-cabelo, princesa, maior bate-cabelo, mas quem escolheu isso? Acho que só ajudei a abrir esse campo. Sei que fui a primeira drag a bater cabelo no Brasil, que sou a primeira do Brasil, isso tenho certeza.

Converso com artistas veteranos que trabalharam com noite e eles dizem que existe uma certa desvalorização no mercado, que falta trabalho. Você também nota isso?
Isso vem dos donos das boates. Existem algumas artistas antigas que estão sumidas porque as portas foram fechadas para elas. Mas será que o povo não gostaria também de ver isso na noite? Coloca bate-cabelo, mas também coloca algo com glamour, uma vedete, uma mistura. Qual é o problema de ter isso? Hoje infelizmente estão vendo mais produção que talento.

O que diria para quem quer começar a carreira de drag hoje?
Nunca desista dos seus sonhos, mas tem que correr atrás, sempre com prazer, nunca de qualquer jeito. Em 10 shows que você vê hoje, vai ver a drag entrar, tirar a roupa, tirar toquinha e bater cabelo. Não adianta comprar uma peruquinha e bater cabelo no palco. É o que todas fazem hoje.

Já pensou em desistir?
Claro. Passei por uma fase que não tinha condições nenhuma, mas, ao mesmo tempo em que falava que não queria mais, isso era a minha vida. Se a Márcia tivesse saído da minha vida, eu tinha morrido, o Marcio já era. Acho que sempre tive essa força porque pensava: "A Márcia não pode acabar assim, o Márcio não vai deixar a Márcia acabar assim."

O Marcio é muito diferente da Marcia?
A Márcia é glamour, é celebridade. O Marcio é básico. Pode perguntar para todo mundo do meu bairro, se tiver muito calor eu não vou nem de camiseta. De personalidade, o Marcio já foi muito tímido, hoje não é mais. Mas a Márcia é mais tímida que o Márcio, apesar de ser todo esse vulcão. A Márcia não fica beijando um cara na boate, perto de um monte de gente me olhando.

Teve gente que se apaixonou pela Márcia? Ou então que se apaixonou pelo Marcio mas não aceitou a Márcia?
Isso acontece ainda. Porque nosso mundo gay é muito preconceituoso. Ainda existe aquela coisa de "transo com negão, mas não caso com ele", "amo uma drag queen, mas não quero sair com ela desmontada, só montada", "amo o Marcio, mas não quero sair com a Márcia". Tem gente que acha que o Marcio é aquilo, que a Marcia é feminina. E não tem isso, né? Sou masculino desmontado. Eu tô viva hoje porque tenho muita força. Uma vez quase morri por amor. Fechei os olhos e dei com a moto em um paredão, vi a morte por causa de um cara que fui apaixonada há anos. E depois desse acidente eu falei: não vale à pena, porque ele até me ligou para saber como eu estava, mas ficou com outro.

Chegou cogitar matar a Márcia por conta de um amor?
Não bee, não vale à pena fazer isso. Um cara ficou comigo e falou assustado: "meu, você é a Márcia Pantera!". E eu respondi: "e tem algum problema?" "Claro que tem, você é uma drag queen. O que vão falar meus amigos?" E eu: "ah, está preocupado com seus amigos? Então foda-se você e seus amigos". Eu quero ser feliz. Se quiser ficar comigo de Márcia, fica. Se quer ficar comigo de Marcio, fica. Hoje estou mais assediado como Marcio.

O Marcio faz mais sucesso?
Estou mais malhado, me cuidando mais. Vou até colocar prótese masculina. Vou para Portugal agora e, quando voltar, vou investir no Marcio. Afinal a Márcia já é celebridade. E, deixando o Marcio lindo, a Márcia também fica linda.

Está namorando ?
Amo há seis anos uma pessoa, que é o Kenedy. A gente teve uma separação por causa de drogas, quando eu fiquei uó. Ele foi para uma cidade, ficou quatro anos e agora voltou. A gente está namorando de novo, e eu estou amando de novo.

Você teve problema com drogas. Como foi essa experiência?
Fiquei no mundo das drogas mais ou menos uns 10 anos. Perdi 10 anos da minha vida. Começou com uma brincadeira, na casa de um amigo: Toma aí, eu peguei, fiz, gostei. Acho que naquele tempo foi uma válvula de escape, porque eu não sabia nem o que era. Desses 10 anos, perdi muito mais que dinheiro. Perdi minha avó, que faleceu, mas como eu estava drogado, não percebi. Perdi minha mãe, e não percebi. Perdi meu irmão há um ano e estava meio perturbado e não percebi. O que mais me faz falta são as pessoas que me amavam e queriam me ver bem. Acho importante falar porque a gente acaba ajudando outras pessoas.

Como conseguiu sair dessa fase?
As pessoas não podem esquecer que a vontade vem, mas ela vai embora. E são esses minutinhos que exigem a sua força maior. Eu acredito em Deus. Teve um dia que pedi para Deus: se você existir de verdade, vou acordar sem vontade de usar nada. E eu acordei sem vontade. Então aprendi que a força era minha, que a briga era comigo mesmo. Hoje eu estou bem porque acredito Nele e tive uma força imensa dos meus amigos. Vou falar que hoje não tenho vontade? É mentira, eu tenho vontade de usar, mas não posso. Não vou deixar isso acabar com minha vida. Quero estar bem, quero comprar minhas coisas, quero viajar, quero estar com as pessoas que eu gosto. Quero viver, tenho essa gana de viver, e meu vício é trabalho, é trabalhar. Chegar em casa cansado, tombado, nem aguentando andar, mas foi de trabalho, uma delícia. Se você não conhece, e sabe como seus amigos ficam uó, porque vai entrar nessa? Por que enfiar o pé no buraco se você já sabe onde está o buraco?

Hoje, o que te dá mais prazer na carreira de drag?
É o final do show, o povo vibrando, aqueles olhares. Há 23 anos nunca fui vaiada. Hoje também não tem aquela coisa de vaia, mas se o público não gostar, ele não aplaude. E eu sempre recebi carinho. Vou embora dentro do carro falando para mim mesma: "nossa, foi uma delícia o show hoje, adorei." Hoje sinto mais prazer que antes, porque estou vendo tudo, mais maduro, não estou tão cego. Estou com 41 anos e, na minha cabeça, tenho mais 5 ou 6 anos de carreira. Não sei se a Márcia vai aguentar pular e tudo. Mas estou malhando, me mantendo.

A partir de agora, o que as pessoas podem esperar de você?
Só confusão (risos). Estou cada vez mais forte, vendo tudo, mais maduro. Hoje aprendi a dizer não até para coisas que quero. Estou em pé, viva, com saúde. Podem esperar até um pouco mais do que sempre esperaram: essa vitalidade e energia no palco.



A lendária Márcia Pantera

* GILBERTO KASSAB: PREFETO DA CIDADE SÃO PAULO SE DECLARA Á FAVOR DA ADOÇÃO GAY

Na edição de segunda-feira (4), o programa "Roda Viva", da TV Cultura, entrevistou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD-SP). Durante o término do primeiro bloco, Kassab declarou que não concorda com as ideias de Jair Bolsonaro (PP-RJ) e se declarou favorável à adoção gay.

A apresentadora Marília Gabriela, primeiramente, disse que o prefeito já havia declarado que não convidaria Bolsonaro para um governo seu e depois perguntou a ele se acha que o deputado quebrou o decoro parlamentar e o que deveria acontecer. "Ele foi totalmente inadequado e infeliz. Politicamente ele vai pagar por suas declarações. O parlamentar é inerente à democracia e ele tem direito de fazer as suas manifestações. Mas foi totalmente incompatível com o mundo de hoje", respondeu Kassab.
Em momento posterior, o prefeito foi questionado sobre qual é a posição de seu partido a respeito da reforma política, tributária e temas ligados às minorias. Marília Gabriela questionou se Kassab é favorável ao aborto e à adoção gay.
"Eu estou do lado das minorias. Sobre o aborto eu sou contra, mas acho que as penalidades podem ser atenuadas. A lei [sobre aborto] deve ser permanentemente atualizada, pois o mundo muda", respondeu Kassab, que em seguida foi interpelado pela apresentadora sobre sua posição sobre a adoção por casais gays. "Sou a favor", falou.

* MARCELO TASS: EXEMPLO DO QUE É RESPEITO

O apresentador do 'CQC' Marcelo Tas deu uma resposta ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), na noite desta segunda-feira, ao mostrar ao final do programa uma foto da filha, que é homossexual, e garantir ter muito orgulho dela.

"O deputado mostrou uma foto de uma pessoa para justificar que não é racista. Eu gostaria de mostrar pro senhor, deputado Bolsonaro, uma foto, para que o senhor soubesse o seguinte: essa pessoa que está aqui comigo se chama Luiza, é minha filha, ela estuda Direito. Essa foto foi feita em Washington, onde ela vive hoje, ela ganhou uma bolsa pra ser bolsista da American University, é estagiária da OEA, da Organização dos Estados Americanos, ela é gay e eu tenho muito orgulho de ser pai da Luiza. Tá certo deputado ?", disse Tas.
Jair Bolsonaro voltou ao programa da Rede Bandeirantes para se defender das acusações de racismo. Na semana passada, o deputado foi questionado por Preta Gil sobre o que ele faria caso seu filho se apaixonasse por uma negra.
Bolsonaro respondeu: "Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro este risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambientes, como lamentavelmente é o teu".
 Bolsonaro tentou se justificar: "A resposta dada por mim não se encaixa na pergunta. Até porque eu não gosto da Preta Gil, já que é um direito meu não gostar dela. Se eu tivesse entendido a pergunta, eu responderia que ele é maior de idade e o problema é dele. Eu aceitaria que meu filho namorasse com qualquer pessoa, desde que não tenha o comportamento de Preta Gil", afirmou.





Luiza e marcelo Tass;
Um anor incondicional

* GRUPO GAY ATITUDE DE SÃO GONÇALO (RJ): FAZ PROTESTO CONTRA ATAQUES A TRAVESTIS

Em repúdio à violência e à discriminação, integrantes do Grupo Atitude Gay de São Gonçalo (Rj), realizaram, sexta (1) à noite, um ato público na Avenida Presidente Kennedy, no centro de São Gonçalo, para protestar contra as agressões e as ameaças sofridas por gays, lésbicas e travestis, que vêm correndo há três meses, em São Gonçalo.

De acordo com denúncia encaminhada à polícia, um grupo de jovens de classe média, num Palio de cor escura, estaria praticando os crimes, usando pedaços de pau, porretes e produtos químicos contra travestis que fazem ponto na Avenida Presidente Kennedy.
Durante o ato, o presidente da ONG, Alexandre Costa, anunciou o lançamento do manifesto “Cala Boca, Bolsonaro”, segundo ele, como forma de protesto contra as declarações racista do deputado.
Segundo Alexandre, as denúncias de agressões contra os homossexuais de São Gonçalo já chegaram à Brasília e à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. O deputado federal Jean Wyllys (Psol-BA) já entrou em contato com o grupo, em apoio ao ato, asim como o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que também se manifestou contra as ações dos criminosos.













* ANIVERSÁRIO DE CAZUZA: CANTOR E COMPOSITOR, COMPLETARIA 53 ANOS NO DIA 04/04/2011

Há 53 anos nascia no Rio de Janeiro um dos mais importantes ícones da MPB e do rock brasileiro: Agenor Miranda de Araújo Neto, o Cazuza, morto aos 32 anos em 7 de julho de 1990, vítima do HIV.

Sobre Cazuza, praticamente tudo já se falou, ouviu, viu, leu e assistiu. Mas um artista como ele sempre merece novas homenagens. Portanto, nesta data em que o ariano completaria 53 anos, vale resgatar alguns momentos que provam todo o talento, espontaneidade, irreverência e carisma do inesquecível Cazuza.



1. Maior Abandonado - No Rock in Rio I, em janeiro de 1985, Barão Vermelho & Cazuza abrem o show com o hit gravado em 1984. Cazuza já chega chegando, berrando e transformando a canção new wave em um petardo roqueiro.

2. Narciso - Na mesma noite, Cazuza brilha interpretando essa música pouco conhecida do repertório do Barão. Vale se divertir vendo a gafe de Cazuza logo no início: ele esquece de entrar com a voz na primeira parte, e o guitarrista Frejat chama Cazuza para avisar o cantor. Provavelmente lesado, Cazuza percebe e enfim começa a cantar.

3. Por Quê Que a Gente é Assim? - Já na fase solo, Cazuza cantou no programa global "Mixto Quente", em 1986. O cantor interpretou canções solo, e outras dos tempos de Barão, como este hino à boemia.

4. Entrevista TV Manchete - Em 1986, Cazuza é entrevistado em seu apartamento, pela extinta emissora. Logo de cara, solta seu deboche. Ao ser perguntado pela repórter: "Cazuza, são cinco horas da tarde, você acordou agora?", ele responde: "Não, acordei às quatro!"

5. Cazuza entrevista Roger Moreira - O cantor começa sendo entrevistado, logo após um show com o Barão Vermelho, no Parque Lage, em 1984. Depois, Cazuza vira o entrevistador e passa a entrevistar o vocalista do Ultraje a Rigor. Detalhe: Cazuza está visivelmente bêbado, e mais irreverente do que nunca, sem perder a inteligência ácida.
6. Amor, Amor / Cazuza & Débora Bloch - Cena extraída do filme "Bete Balanço" (1984), onde Cazuza interpreta o cantor Tininho. Cazuza e Débora Bloch interpretam "Amor, Amor", do repertório do Barão Vermelho, sob o olhar de Lauro Corona (1957-1989). Um trecho emocionante em milhares de sentidos, por motivos óbvios.

7. Jornal Hoje - Leda Nagle entrevista Cazuza em 1988, na edição de sábado do clássico "Jornal Hoje".

8. Cazuza no "Jô Soares Onze e Meia" - O cantor foi ao programa, no SBT, em 1988. Nesta fase, Cazuza já andava bastante abatido pela luta contra o HIV.

9. Cazuza 50 Anos - Especial do canal Globo News, em 2008, nos 50 anos de nascimento do cantor.

10. Luz Negra - Apesar de gravado em 1986, esse clipe de Cazuza - que faz parte do programa "Chico & Caetano", da Globo - pode ser considerado profético, com o cantor se antecipando em 4 anos. Lindo e devastador.

Cazuza:
Um ícone gay...





sexta-feira, 1 de abril de 2011

* JAIR BOLSONARO: INIMIGO NÚMERO 1 DOS HOMOSSEXUAIS

Deputado Jair Bolsonaro (PP - RJ)
Foi preciso um programa de massa, como o "CQC", da Rede Bandeiranres, para que Jair Bolsonaro viesse a público como uma das figuras mais preconceituosas do nosso atual cenário político.

Eleito deputado federal do Rio de Janeiro pelo Partido Progessista, que apresenta uma contradição por ser uma das legendas mais reacionárias, Jair Bolsonaro é militar de formação, defensor da ditadura, a favor da tortura em caso de tráfico de drogas e homofóbico declarado.
Muito antes da polêmica envolvendo a cantora Preta Gil, o deputado já era bastante conhecido pelo público gay por alardear barbaridades contra os direitos dos homossexuais. Ano passado, durante o programa "Participação Popular", na TV Câmara, em que se discutia a "Lei da Palmada" - projeto que proíbe qualquer punição corporal a crianças - Jair Bolsonaro deu um recado aos pais que desejam mudar o comportamento de um filho gay, ou seja, torná-lo hétero: partir para a agressão física.
O deputado comparou, na mesma linha de raciocínio, dependentes químicos com filhos homossexuais. "Se o garoto anda com maconheiro, ele vai acabar cheirando, e, se anda com gay, vai virar boiola com toda certeza. Nesse momento, umas palmadas nele coloca o garoto no rumo certo", disse à "Folha de São Paulo".
Principal articulador da frente "antigay" no Congresso, Jair Bolsonaro chegou a afirmar que o chamado "kit-gay" - material desenvolvido pelo MEC (Ministério da Educação) para o ensino fundamental em combate à homofobia - "estimula a promiscuidade e o homossexualismo".
Não satisfeito, declarou que "em nome da família e dos bons costumes" fará de tudo para impedir qualquer projeto de lei que beneficie a classe LGBT. Entre outras pérolas, considerou que filhos de pais presentes não se tornam homossexuais. Somando tudo isso a declaração racista contra a cantora Preta Gil, criou-se um movimento forte contra o deputado. Em um dia, o assunto virou o mais comentado no Twitter. Com a hash tag #forabolsonaro, personalidades da mídia e da comunidade LGBT se manifestaram em repúdio às declarações preconceituosas do deputado.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP), relatora do projeto de lei que criminaliza a homofobia, o PLC 122, lamentou a postura de Bolsonaro considerando um "escândalo que ainda existam deputados como esse". A escritora lésbica Vange Leonel afirmou que se sentiu humilhada com a entrevista de Bolsonaro ao "CQC". "O 'Bostonaro' pode ser punido com base na Lei Afonso Arinos (racismo)? Sim. Por isso nós LGBTs precisamos aprovar o PLC-122. Entenderam?", esbravejou em sua página no Twitter.
A cantora Zélia Duncan também reagiu às provocações do parlamentar. "Bolsonaro admite ser homofóbico, mas nega ser racista, pois racismo no Brasil é crime, homofobia não. Quem está enojado como eu, levanta a mão!". Carlos Tufvesson, da Coordenadoria da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio de Janeiro, afirmou que não se pode aceitar qualquer forma de preconceito, seja o racismo ou a homofobia.
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), principal alvo no Congresso por defender os direitos LGBTs, declarou ao "Estadão" que o parlamentar "sabe que foi traído pela língua e que pode ser cassado por racismo. Então está tentando dizer que é 'só' homofóbico".
Carlos Bolsonaro (PP-RJ), vereador no Rio de Janeiro, também faz jus ao seu sobrenome. Em entrevista à revista "Alfa", questionou: "Que pai tem orgulho de um filho gay?". A declaração, no entanto, não causa surpresa. Era de se esperar tal postura, de quem é educado em um ambiente repressor e extremista.
Com tantos absurdos proferidos por Jair Bolsonaro, admira-se o fato de que só agora seu mandato possa ser cassado. Enquanto salientava seu repúdio aos homossexuais, o deputado se mostrava impune a críticas. Agora, com a declaração racista a Preta Gil, acredita-se até em punição.
Se há algum fato positivo nesse triste episódio envolvendo um parlamentar e a comunidade LGBT, é a clara importância de se tornar a homofobia um crime nacional.
Nesses tempos de Bolsonaros e agressões a jovens gays em São Paulo, a aprovação do PLC 122 nunca se fez tão necessária.



* FRENTE PARLAMENTAR MISTA PELA CIDADANIA LGBT: ENTRA PARA HISTÓRIA NO CONGRESSO NACIONAL

À tarde de terça feira (29) foi marcada com presença de líderes e autoridades que apoiaram o lançamento da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT, no salão nobre da Câmara dos Deputados. O evento foi dirigido pelo deputado federal do Rio de Janeiro, Jean Willys (PSol-RJ) e pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), e marcou o inicio de uma trajetória de eventos e debates promovidos em busca dos direitos LGBT na politica.
Antes de darem início ao evento no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, uma manifestação passiva em frente ao Congresso Nacional estava prevista para ocorrer às 13h. Com cerca de 20 pessoas no local, Sério Nascimento que organizou a manifestação, disse que o objetivo desse ato era “chamar a atenção dos parlamentares que não aderiram a Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT.”
Sérgio também falou sobre as suas expectativas para o evento que ocorreu ontem (29), acompanhe a entrevista completa.
O evento que marcou o lançamento da Frente Parlamentar teve o início do discurso do deputado Jean Willys. Ele frisou a importância que o Congresso Nacional agora poderá debater assuntos de interesse ao público LGBT à partir do lançamento de uma Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT.
O deputado Jean afirmou que o objetivo principal desse lançamento “é representar os homossexuais como grupo político, queremos direitos iguais, nem mais e nem menos, apenas os mesmos direitos.” Afirmou ele.
Em seguida, a senadora do PT pelo estado de São Paulo, Marta Suplicy, começa o seu discurso para os convidados presentes no local. Ela lembra as dificuldades que obteve em construir essa Frente Parlamentar e a trajetória das dificuldades que o público LGBT tem passado para garantir seus direitos igualitários.
Os deputados e vereadores estrangeiros que marcaram presença no local, disse em seus discursos a importância do papel que o Brasil tem com as demais nações mundiais em busca dos direitos LGBT. A deputada federal da Argentina, Vilma Ibarra, disse que seu país (Argentina) teve que enfrentar muita luta no parlamentar até chegar finalmente o direito do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, ela acredita que o Brasil está próximo também de alcançar esse direito e pede força para o público brasileiro LGBT na luta para garantir esse direito constitucional.
O ministro do Superior Tribunal da Justiça (STJ), Benedito Gonçalves, apoiou o lançamento da Frente Parlamentar e afirmou, em seu discurso aos convidados, que a Justiça Federal está disposta a ajudar e cumprir os direitos de cidadão a todos LGBT. Ele lembrou sobre o julgamento que está em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, previsto para daqui duas semanas.
Um dos discursos mais marcantes também no evento foi a da deputada Erika Kokay (PT-DF), frisando a importância do papel que a nossa Constituição Federal deve cumprir em direitos plenos a todos os cidadãos, inclusive ao público LGBT. Ela disse que os parlamentares tem direito de emitir sua opinião, mas não tem o direito de ‘rasgar’ a Constituição. “Queremos reafirmar que a nossa Constituição é laico, e queremos reafirmar que os nossos direitos tem que ser exercidos na sua plenitude”.
A deputada Érika Kokay também falou com exclusividade para a nossa reportagem, sobre as suas expectativas que agora poderão ter após o lançamento da Frente Parlamentar.
O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Travestis (ABGLBT), Toni Reis, fez o seu discurso em seguida, dando um recado para os religiosos, dizendo: “Nós não queremos destruir a família de ninguém, nós queremos construir a nossa. Vamos respeitar todas as religiões, mas também queremos que respeitem a nossa orientação sexual e a nossa identidade de direito.”
O presidente da Organização Não-Governamental Elos do Distrito Federal, Evaldo Amorim, falou também com exclusividade para a nossa reportagem a importância que ele acha sobre o lançamento da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT na Câmara dos Deputados. Acompanhe a entrevista completa com repórter Rafael Rodrigues. O evento durou cerca de duas horas, com presença de mais de 150 convidados. O salão Nobre da Câmara dos Deputados ficou pequeno para tantas autoridades políticas e judiciais apoiando o lançamento da Frente Parlamentar Mista. Certamente esse é o início de uma séria de debates e eventos promovidos pra Frente Parlamentar, para discutir assuntos e problemas com relação ao público LGBT no Brasil, tanto no campo político, social e judicial.

Essa terça-feira (29) também foi marcada pelo falecimento do nosso ex-vice presidente da República José Alencar, por volta das 14h45min. Enquanto a senadora Marta Suplicy estava fazendo seu discurso, pediu para que todos que estavam presente no Salão fizessem 1 minuto de silêncio, em memória de José Alencar.



* BOLSONARO: NEGA RACISMO, MAS DIZ NÃO ADMITIR FILHO GAY

“Quando seu filho começa a ficar gayzinho, tem que dar um couro nele”, diz deputado









O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) disse nesta terça-feira (29) que entendeu mal a pergunta feita pela cantora Preta Gil no programa CQC da Rede Bandeirantes, exibido nesta segunda-feira (28). Após uma pergunta da cantora, Bolsonaro declarou que não aceitaria que seu filho se apaixonasse por uma mulher negra. O parlmamentar negou racismo e disse que não admitiria que um filho tivesse um relacionamento homossexual, e não com uma pessoa negra.
- O que eu entendi é que [a pergunta era] se o meu filho tivesse relacionamento com um gay, como eu me comportaria. [...] Com todo certeza eu pisei na bola, eu não prestei atenção na pergunta. Você acha que um político ia responder aquilo?
No programa, Bolsonaro disse à cantora: “Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”.
Bolsonaro disse que não há problema em ver um filho seu se relacionando com uma pessoa negra, mas que não há nenhuma chance de sua prole ter uma relação homossexual.
- Meu filho teve educação para seguir os passos dele. Quando um moleque, um filho nosso, está começando a atirar pedra na janela do vizinho, praticar pequenos furtos, ser violento e você não tem como vencer no diálogo, você não vai dar um couro nele? Se ele está começando a ficar gayzinho, vai dar um couro nele que ele entra na linha!
Ao comentar o lançamento, nesta terça-feira (29), da Frente Parlamentar Mista em Defesa da cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), o parlamentar ironizou e disse que não se trata de uma “frente”, mas sim de uma “retaguarda”.
- Isso não é uma frente, é uma retaguarda parlamentar. Defender esse pessoal para quê? Que exemplo de bons costumes, ética e moral eles têm para dar para a sociedade?
A frente parlamentar recolheu 171 assinaturas de parlamentares. O grupo é encabeçado pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) e pela senadora Marta Suplicy (PT-SP) e pretende aprovar no Congresso, além da união homoafetiva, o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Bolsonaro adiantou que irá apresentar ao Conselho de Ética – onde alguns parlamentares ameaçam pedir punições ao carioca – um requerimento para que o conselho ouça suas justificativas em relação à participação no programa CQC.



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